
Os AGT(ácidos graxos trans) podem ser produzidos industrialmente ou ocorrerem naturalmente.
- Industrialmente, eles são formados durante a hidrogenação parcial de óleos vegetais, um processo que converte óleos vegetais líquidos em gorduras semi-sólidas(MOZAFFARIAN et al, 2006), denominadas gorduras vegetais parcialmente hidrogenadas (GVH), e usadas em frituras comerciais e na formulação de produtos industrializados.
- Naturalmente, os AGT estão presentes na carne e leite de animais ruminantes e produtos derivados e são originados pela biohidrogenação no rúmen desses animais (JAKOBSEN et al, 2006).
Os AGT são encontrados:
---> Em óleos vegetais refinados. Os óleos são refinados para remover substâncias, como AG livres, que podem ocorrer nos óleos vegetais in natura e contribuir para mudanças na cor, sabor e aroma, restringindo sua aplicação e reduzindo sua vida útil (MARTIN et al, 2007). Durante o processo de refino, especialmente durante a etapa de desodorização, que tem como objetivos melhorar as características organolépticas pela remoção do solvente usado no processo de extração do óleo e baixar o peso molecular dos componentes, são necessárias altas temperaturas, entre 180 e 270ºC, que podem modificar duplas ligações cis ocorridas naturalmente nestes óleos em duplas ligações trans (WAGNER et al, 2000; TARRAGO-TRANI et al, 2006; MARTIN et al, 2007).
---> Em gorduras utilizadas em frituras. A formação de AGT durante a fritura de alimentos, assim como no refino dos óleos e no processo de hidrogenação, ocorre por mecanismo induzido termicamente e está relacionada à temperatura do processo e tempo de uso do óleo. Há controvérsias se os alimentos fritos podem ser considerados uma fonte importante de AGT, já que estes AG seriam constituintes em quantidades irrelevantes nestes alimentos. No entanto, a reutilização de óleos refinados no preparo de alimentos fritos pode tornar significativa a formação de isômeros trans, contribuindo na ingestão diária de AGT, pois durante o processo de fritura, a gordura ou óleo utilizados são absorvidos pelo alimento, representando cerca de 30% do conteúdo lipídico destes. Quando GVH são usadas na fritura, a formação de AGT é geralmente menor, mas o elevado conteúdo inicial desses AG resulta em uma concentração maior de isômeros trans nos alimentos fritos (WAGNER et a, 2000; SANIBAL e MANCINI FILHO, 2004; MARTIN et al, 2004; MARTIN et al, 2007).
Postado por: Priscilla Soares


Os fitoesteróis são encontrados apenas nos vegetais e desempenham funções estruturais análogas ao colesterol em tecidos animais. O beta-sitosterol é o principal fitoesterol encontrado nos alimentos e é extraído dos óleos vegetais. A esterificação do beta-sitosterol formando sitosterol-éster acarreta em melhora da sua solubilidade, o que possibilita sua adição em alimentos. O sitostanol-éster é sintetizado por meio da saturação do beta-sitosterol. O sitostanol-éster e o beta-sitosterol reduzem igualmente a colesterolemia, por diminuírem a absorção do colesterol alimentar, que é deslocado para fora da micela, ou seja, por um mecanismo de competição com os fitoesteróis. Uma dieta balanceada com quantidades adequadas de vegetais fornece aproximadamente 200 a 400 mg de fitoesteróis e a concentração plasmática varia de 0,3 a 1,7mg/dL. A ingestão de 3 a 4 g/dia de fitoesteróis promove a redução da concentração de LDL ao redor de 10% a 15% em média. Além disso, o fitoesterol não influencia a concentração plasmática de HDL e de triacilgliceróis. Segundo as Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e a Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2001), a ingestão de 3 a 4 g/dia de fitoesteróis pode ser utilizada como adjuvante ao tratamento hipolipemiante.











Ácidos ômega-6 e ômega-3

