A história da descoberta da estatina lembra muito a da penicilina. Em 1928, sem querer, o bacteriologista escocês Alexander Fleming viu que uma substância produzida por fungos era bactericida. Nascia assim o primeiro antibiótico, a penicilina. Em 1971, o microbiologista Akira Endo, pesquisador do laboratório japonês Sankyo, estava em busca de um novo antibiótico quando observou que certos fungos também eram capazes de produzir um potente inibidor da produção de colesterol. Ele funciona, descobriu-se, como uma defesa contra predadores herbívoros – ao ingerirem tais fungos, os animais podem morrer, já que a redução de colesterol neles, causada pela substância inibidora, é muito acentuada e leva a uma pane no sistema metabólico. Endo isolou e analisou esse composto, a partir do qual foi sintetizada em laboratório uma molécula que daria origem à matriz das estatinas. A primeira a ser lançada foi a lovastatina, em 1987. Atualmente estão a disposição dos médicos e pacientes produtos como a sinvastatina, a atorvastatina e a pravastatina. A última a chegar ao mercado brasileiro chama-se rosuvastatina. O princípio de todas é basicamente o mesmo. O que muda são determinadas características, que garantem uma potência cada vez maior e efeitos colaterais menores. "O desenvolvimento de novas estatinas é praticamente ilimitado, assim como o leque de doenças que elas podem ajudar a combater", diz o especialista José Ernesto dos Santos. Uma história sem final, mas feliz.
Fonte: Revista Veja
Postado por: Cinthya Raquel
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